quarta-feira, 7 de abril de 2010

Linguagem: ferramenta poderosa na expressão das ideologias.

Resumo

O artigo apresentado a seguir, retrata o tema “ Linguagem e Ideologia” do autor José Luiz Fiorin e tem a perspectiva de sinalizar as relações existentes entre a linguagem e a ideologia, bem como conceituá-las. Contudo, a abordagem desta temática é de grande importância para que a sociedade conheça, reflita e perceba que aquelas ideologias que parecem ser suas, na verdade são impostas pela classe social de prestígio. Entretanto, a realização da pesquisa contribuiu para que rompêssemos o imaginário de que o RAP em si apenas direcionava críticas sem haver nenhum contexto. Descobrimos, porém, que por traz daquelas críticas existem ideologias subjacentes e que através da linguagem os “cantores” expressam sua visão de mundo.

Palavras-chave: Linguagem. Ideologia. Sociedade.

Introdução

Este presente artigo visa discutir o tema “Linguagem e Ideologia”, tendo como ponto de partida as concepções de José Luiz Fiorin. Logo, é de extrema importância desenvolver pesquisas e discutir sobre o termo ideologia, pois é de através da mesma que conseguimos identificar e compreender os pontos de vista de uma dada sociedade sobre determinadas realidades. Contudo, a pesquisa é um ponto favorável para a expansão dos conhecimentos, o que nos permite compreender melhor os conceitos e obter uma visão mais ampla do “ conteúdo ” pesquisado; Entretanto, a discussão dos conhecimentos adquiridos no processo de pesquisa requer grande relevância, pois, é neste momento que acontece a socialização, ou seja, a troca de informações vinculadas à ideologia.

Dessa maneira, estamos realizando esta pesquisa com o intuito de adquiri e socializar informações acerca da temática “Discriminação racial”, com o auxilio do RAP de Gabriel o Pensador “Racismo é Burrice”, identificamos que a música em seu contexto trás ideologias formadas a partir do pensamento crítico do compositor.

Inicialmente fizemos uma pesquisa bibliográfica através dos textos Linguagem e Ideologia do autor Fiorin e a introdução do livro Gêneros Textuais de Ensino organizado por Ângela Dionísio e escrito por Marcuschi. Caracterizamos o gênero canção e por fim tercemos uma análise a partir do RAP “Racismo é Burrice”.

Metodologia

Todavia, têm sido consideradas diversas vertentes representativas de estudo metodológicos para elaboração deste artigo, dentre elas: o livro Linguagem e Ideologia de Jose Luiz Fiorin, Gêneros Textuais, escrito por Luiz Antônio Marcuschi, o RAP de Gabriel o Pensador “Racismo é Burrice” e o auxilio do Wikipédia-Google que foram de grande valia para análise do tema, classificando-se esta pesquisa como bibliográfica, pois a mesma tem como finalidade explorar ao máximo e minuciosamente cada detalhe do tema principal e sub-temas decorrentes dela.

2. Fundamentação Teórica

Conceituar “ideologia” não é uma tarefa fácil. Para tanto são necessárias leituras e boas fundamentações teóricas. Entretanto, acreditamos que o termo ideologia compreende um conjunto de convicções formadas a partir de uma realidade social. Estas ideologias são integradas na sociedade de maneira tão superficial, ocultando a essência, que os indivíduos não percebem suas imposições e chegam a acreditar que são autores de seus discursos. Mas partindo da concepção de que o discurso é social e a fala individual, percebemos que as pessoas estão equivocadas neste sentido, uma vez que, adquirem seus discursos nos respectivos meios sociais em que estão inseridos e transmitem através da fala pontos de vista assimilados no convívio social.

Em sua obra “ Linguagem e “Ideologia “, o autor José Luiz Fiorin apresenta definições para a ideologia, ou seja, é o ponto de vista de uma classe social a respeito da realidade, a maneira como uma classe ordena, justifica e explica a ordem social. Dessa maneira, a ideologia é constituída e constituinte da sociedade, pois ao mesmo tempo em que o homem constrói suas ideologias, essas ideologias modelam sua forma de pensar e agir. Contudo, é pertinente ressaltar que, diante de um país capitalista como o Brasil, mesmo havendo diversas ideologias, as mais aceitas e seguidas são aquelas “ impostas ” pela classe social de prestígio, que por sua vez detém o poder de persuasão.

Segundo Fiorin há um vinculo entre linguagem e a vida social, isso porque a primeira expressa à segunda, ou seja, para conseguirmos saber as ideologias subjacentes no discurso de alguém contamos com o auxilio da língua e fala que são elementos constituintes da linguagem.

Fiorin afirma ainda que, o discurso é social, pertencendo ao plano de conteúdo, enquanto o texto é individual e faz parte do nível da manifestação. Assim, o mesmo discurso pode ser manifestado por diferentes textos e estes podem ser construídos com matérias de expressão diversas. Portanto, é de extrema importância saber distinguir os conceitos de “ “formação ideológica e formação discursiva “. A primeira deve ser entendida como a visão de mundo de uma determinada classe social, isto é, como um conjunto de representações de idéias que revelam a compreensão que uma dada classe tem do mundo. A segunda corresponde ao que é ensinado a cada um dos membros de uma sociedade ao longo do processo de aprendizagem lingüística, por isso o discurso visa mais reproduzir que criar. Logo, com a mesma intensidade que a formação ideológica impõe o que pensar, a formação discursiva determina o que dizer.

O falante se baseia nas várias formações discursivas presentes numa formação social, podendo construir discursos que revelem diferentes visões de mundo. Porém, o analista do discurso não se preocupa em analisar se o falante revela ou não sua verdadeira visão de mundo ao enunciar um discurso, pois a análise não se iguala a uma investigação policial.

A inquietação proveniente da análise é como o enunciador inscrito no discurso, ou seja, com aquele que no interior do discurso diz “EU”, assim, a análise vai mostrar a que formação discursiva pertence determinado discurso. Contudo, se do ponto de vista genético, as formações ideológicas materializadas nas formações discursivas é que determinam o discurso, do ponto de vista da análise, é o discurso que vai revelar quem é o sujeito, qual é a sua visão de mundo. Enfim, a análise não se interessa pela “verdadeira” posição ideológica do enunciador real, mas pelas visões de mundo dos enunciadores inscritos no discurso.

3. Gêneros textuais:

Segundo Luiz Antônio Marcuschi, gêneros textuais são fenômenos históricos profundamente vinculados a vida cultural e social, logo, os gêneros textuais surgem, situam-se e integram-se funcionalmente nas culturas em que se desenvolvem. Caracterizam-se muito mais por suas funções comunicativas, cognitivas e institucionais do que por suas peculiaridades, linguísticas e estruturais.

Conforme Marcuschi a língua é tida como uma forma de ação social e histórica que ao dizer, também constitui a realidade, sem, contudo cair no subjetivismo ou idealismo ingênuo. Assim toda postura teórica aqui desenvolvida, insere-se nos quadros da hipótese sócio-interativa da língua. É neste contexto que os gêneros textuais se constituem como ações sócio-discursivas para agir sobre o mundo e dizer o mundo, constituindo-o de algum modo. Portanto, a ideologia se materializa através das linguagens que veiculada pelos gêneros textuais.

  1. Gênero textual Canção

Canção é uma Forma musical para diversos estilos de composições ou uma composição musical acompanhada de um texto poético destinado ao canto com acompanhamento ou sem. O esquemático simples dela representa-se por: AA: B: AA: B. podendo ser abreviada por AAB: A, onde o tema AA significa os versos musicais, o tema do B é o refrão, e se repete várias vezes no final.

O Gênero textual Canção é simples e popular é um dos mais antigos. Ela é comum em diversas melodias curtas instrumentais ou cantadas. A canção, tradicionalmente na História, era escrita para musicar um texto poético. Mas já nos Século XX ela passou, mais e mais, a musicar textos comuns conhecidos simplesmente por "letra". A composição canção também pode ser sem letra, recebendo o nome de canção instrumental. A forma canção é a forma popular que mais se usa hoje em dia nas canções pops. Uma forma muito antiga que se originou da música folclórica da idade média e alcançou uma divulgação bem expansiva no mundo.

Acanção foi sendo constituida históricamente em diversos estilos dentre eles o RAP.A palavra RAP se encontra, atualmente, "online" ou seja, está sendo aceito no meio social, sendo um neologismo popular do acrônimo para rhyme and poetry (rima e poesia); porém, apesar da associação com poesia e ritmo, o significado da palavra RAP não é um acrônimo em si, mas descreve uma fala rápida que precede a forma musical (de ritmo e poesia) e significa "bater". A palavra (RAP) é usada no Inglês britânico desde o século XVI, e especificamente significando "say" ("dizer", ou "falar", "contar o conto").RAP é o discurso rítmico com rimas. RAP é um dos elementos da música e cultura hip hop. Na música o RAP, é extremamente fidedigno à improvisação poética sobre uma batida no tempo rápido e freqüentemente só é acompanhada pelo som do baixo, ou sem acompanhamento, é um estilo musical raro em que o texto é mais importante que a linha melódica ou a parte harmônica. A música RAP também tem uma similaridade distinta com a música celta em que forma-se uma brincadeira na qual os cantores tentam duelar suas frases com rimas, rapidamente improvisadas e humorísticas; alternadamente, um desafiando o outro nas rápidas frases inteligentes.

A origem do RAP remonta à Jamaica, aproximadamente na década de 60 quando surgiram os sistemas de som, que eram colocados nas ruas dos guetos jamaicanos para animar bailes. O primeiro disco de RAP que se tem notícia, foi registrado em vinil e dirigido ao grande mercado por volta de 1978, contendo a célebre King Tim III da banda Fatback.

Em 1988, no Brasil, foi lançado o primeiro registro fonografico de RAP Nacional a coletanea. Hip Hop Cultura de Rua , pela gravadora Eldorado. Dessa coletanea participaram Thayde & Dj Hum, Mc/Dj Jack, Código 13 e outros grupos iniciantes. Porém somente em 1989 foi criado o MH2O ( Movimento Hip Hop Organizado).

No Brasil, um dos cantores de RAP mais conhecidos é gabriel o pensador, nome artístico de gabriel contino, um cantor e compositor brasileiro De RAP. Um dos maiores nomes do RAP e POP brasileiro, Gabriel diferenciou-se de boa parte de seus pares (e chegou a ser criticado por eles) por ser garoto branco de classe-média. Filho da jornalista Belisa Ribeiro, ele apareceu no fim de 1992, quando ainda era estudante de Comunicação Social na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, com a música "Tô Feliz (Matei o Presidente)". O personagem da letra era Fernando Collor de Mello, que tinha acabado de renunciar ao cargo frente a um processo de impeachment (e de quem Belisa tinha sido assessora).

Contratado pela Sony Music por causa do sucesso da música (ainda que censurada), Gabriel lançou em 1993 seu primeiro e homônimo disco (Gabriel o Pensador), que ganhou as rádios com as ácidas, porém divertidas, "Lôraburra" e "Retrato de um Playboy", além de "Lavagem Cerebral" hoje atualizada para “Racismo é burrice”. Em 1995, lançou o álbum Ainda É Só o Começo, que provocou polêmica com as músicas "Estudo Errado" e "FDP³", mas não repetiu o sucesso do primeiro álbum. Dois anos depois, Gabriel voltou à carga com a irreverente e pop "2345meia78", que seria a primeira faixa de trabalho do disco Quebra-Cabeça. "Cachimbo da Paz" (com participação de Lulu Santos) e "Festa da Música" estouraram depois, levando o CD a ultrapassar a marca de um milhão de cópias vendidas.

(...)

Inquietações que motivaram a construção da música.

Gabriel era estudante da PUC-RJ , queria ser jornalista e resolveu escrever um texto sobre algo que lhe incomodava muito: o racismo, que se manifestava em frases sem sentido rabiscadas nas portas dos banheiros da Universidade. Para quê sua sua idéia fosse alvo da mídia, Gabriel escreveu uma faixa enorme com o tema “Morte ao Racismo”, foi para o estádio do Maracanã em dia de jogo, porém nenhuma das câmeras revelaram seu protesto. Insatisfeito, Gabriel mudou o titulo para “Lavagem Celebral”, hoje “Racismo é Burrice”, texto esse que se transformou em canção, para só então chegar a ser discutido e escutado por diversas pessoas.

5. Análise da música

A música Racismo é burrice traz no seu contexto um leque de criticas a cerca da discriminação e do racismo, fatores que segundo o autor da mesma, precisam ser dirimidos da nossa sociedade.

Salve, meus irmãos africanos e lusitanos do outro lado do oceano
O Atlântico é pequeno pra nos separar, porque o sangue é mais forte que a água do mar" ( versos 1 e 2 ).

O compositor e cantor Gabriel o Pensador sauda os negros e brancos, estabelecendo uma relação de igualdade entre ambos, ele utiliza esta colocação para introduzzir sua crítica ao racismo, pois apesar das inúmeras formas de discriminação existentes somos todos filhos de uma missigenação avassaladora, já que segundo a autor, viemos todos da mesma mistura . E que apesar da distância geográfica existente, “brancos” e “ negros” devem ser considerados iguais, pois estão unidos pelos laços de sangue que representa a vida.

Racismo, preconceito e discriminação em geral; é uma burrice coletiva sem explicação; afinal, que justificativa você me dá para um povo que precisa de união, mas demonstra claramente, infelizmente preconceitos mil, de naturezas diferentes mostrando que essa gente, essa gente do Brasil é muito burra e não enxerga um palmo a sua frente ( versos 3-12 ).

Gabriel traz a desigualdade social como a principal doença de uma sociedade, que insiste em cuidar apenas dos sintomas desta doença,as pessoas não aceitam que são racistas, não assumem que são racistas, mas no seu intimo são, estão sempre discriminando alguém por aquilo que ele é ou julga importante..

A “elite” que devia dar um bom exemplo é a primeira a demosntrar esse tipo esse tipo de sentimento. Num complexo de superioridade infantil ou justificando um sistema de relação servil. ( versos 16-19)

Todavia Gabriel deixa claro que a classe dominante que detem o poder de perssuasão, a ultiliza de má fé, impondo ao seu publico passivo “classe baixa” um determinado estilo de vida, porque ela sabe que se um povo ignorante, acostumado a um regime autoritário, tivesse oportunidade de traçar sua propria linha de pensamento jamais seguiria os pensamentos da classe que os substimam.

6. Análise dos versos, apartir das ideologias de Gabriel o Pensador e José Luiz Fiorin.

A partir dos conhecimentos estudados na obra de Linguagem e Ideologia do autor José Luiz Fiorin, percebemos que o cantor e compositor Gabriel o Pensador visa transmitir e concientizar o público brasileiro que apesar da discriminação ter firmado suas raízes ela precisa ser abolida da sociedade. Com os estudos na obra de Fiorin entendemos que Gabriel se vale da sintaxe discursiva para desenvolver a letra da música, pois seu objetivo é convencer os seus ouvintes que nenhum tipo de racismo pode ser justificado. Portanto, Fiorin conceitua ideologia como uma “visão de mundo”, assim, neste contexto o cantor propaga a idéia de que os brasileiros dispõem de uma idealização superficial,ou seja tem uma visão através de aparências não se ignorando ou desconhecendo a essência, uma vez que os mesmos não conseguem explicar o porque do preconceito.

No entanto, Fiorin afirma que a ideologia dominante parece ser a única, mas, não é verdade, é sim a mais falada, aceita, entretanto Gabriel conduz sua linha de pensamento, afirmando que esta ideologia, no nosso caso a racista, é imposta pela classe social de prestígio.


Considerações finais:

O objetivo deste artigo é informar e avaliar os conhecimentos adquiridos durante sua construção. Contudo é pertinente ressaltar que para obter tais informações usamos como textos base “ Linguagem e Ideologia” do autor Jose Luiz Fiorin e Gêneros Textuais (definição e funcionalidade) escrito por Luiz Antônio Marcuschi.

Todavia conceituar ideologia não é uma tarefa fácil, embora ela seja e esteja na sociedade, descobri seus significados é impossível por que eles estão bastante amplos, permitindo-nos caracteriza-los como princípio formador da humanidade. Pois ideologia é a base ou tese primaria de uma sociedade.

Quanto as ligações entre linguagem e ideologia dizemos que a primeira expressa a segunda ou seja, a linguagem é o mecanismo que proporciona o sucesso da ideologia, pois é através da mesma que se expõe e impõe idealizações acerca do ser “individuo”. Assim, gêneros textuais são inúmeros tipos determinantes de textos que se constituem como ações socio-discursivas e com a finalidade da comunicação.

Para tanto definimos o gênero canção como um tipo textual que necessita de concordância entre a linguagem verbl e a musica, assim sendo ela é viavel no trabalho didático do educando e do educador.

Com sua canção “Racismo é Burrice” Gabriel o Pensador emite suas ideologias para o público brasileiro, determinando com convicção que não existe no Brasil pessoas brancas e negras na integra, ou seja, o ideal de brancura ainda existente está intimamente ligado á falta de compreensão que os brasileiros tem sua própria história. Logo é indispénsavel conhecer o processo histórico deste país, para entender que ele foi construido com a miscigenação e que este fator contribuiu de forma justificativa para a existencia das culturas mil, hoje presentes.

Já o processo de pesquisa é bastante trabalhoso, porém interessante pois envolve fases de sondagem, coleta de dados entre outros, quanto ser pesquisadoras, foram necessárias reuniões para analizar a e definir os objetivos e qual a linguagem a ser abordada acerca do tema. Conclui-se este artigo declarando que a proposta de trabalho com gêneros textuais, linguagem e ideologia é uma forma de colher frutos positivos.

ANEXOS

Racismo É Burrice - Gabriel o Pensador

Composição: Gabriel O Pensador

Salve, meus irmãos africanos e lusitanos, do outro lado do oceano
"O Atlântico é pequeno pra nos separar, porque o sangue é mais forte que a água do mar"
Racismo, preconceito e discriminação em geral;
É uma burrice coletiva sem explicação
Afinal, que justificativa você me dá para um povo que precisa de união
Mas demonstra claramente
Infelizmente
Preconceitos mil
De naturezas diferentes
Mostrando que essa gente
Essa gente do Brasil é muito burra
E não enxerga um palmo à sua frente
Porque se fosse inteligente esse povo já teria agido de forma mais consciente
Eliminando da mente todo o preconceito
E não agindo com a burrice estampada no peito
A "elite" que devia dar um bom exemplo
É a primeira a demonstrar esse tipo de sentimento
Num complexo de superioridade infantil
Ou justificando um sistema de relação servil
E o povão vai como um bundão na onda do racismo e da discriminação
Não tem a união e não vê a solução da questão
Que por incrível que pareça está em nossas mãos
Só precisamos de uma reformulação geral
Uma espécie de lavagem cerebral

Racismo é burrice

Não seja um imbecil
Não seja um ignorante
Não se importe com a origem ou a cor do seu semelhante
O quê que importa se ele é nordestino e você não?
O quê que importa se ele é preto e você é branco
Aliás, branco no Brasil é difícil, porque no Brasil somos todos mestiços
Se você discorda, então olhe para trás
Olhe a nossa história
Os nossos ancestrais
O Brasil colonial não era igual a Portugal
A raiz do meu país era multirracial
Tinha índio, branco, amarelo, preto
Nascemos da mistura, então por que o preconceito?
Barrigas cresceram
O tempo passou
Nasceram os brasileiros, cada um com a sua cor
Uns com a pele clara, outros mais escura
Mas todos viemos da mesma mistura
Então presta atenção nessa sua babaquice
Pois como eu já disse racismo é burrice
Dê a ignorância um ponto final:
Faça uma lavagem cerebral

Racismo é burrice

Negro e nordestino constróem seu chão
Trabalhador da construção civil conhecido como peão
No Brasil, o mesmo negro que constrói o seu apartamento ou o que lava o chão de uma delegacia
É revistado e humilhado por um guarda nojento
Que ainda recebe o salário e o pão de cada dia graças ao negro, ao nordestino e a todos nós
Pagamos homens que pensam que ser humilhado não dói
O preconceito é uma coisa sem sentido
Tire a burrice do peito e me dê ouvidos
Me responda se você discriminaria
O Juiz Lalau ou o PC Farias
Não, você não faria isso não
Você aprendeu que preto é ladrão
Muitos negros roubam, mas muitos são roubados
E cuidado com esse branco aí parado do seu lado
Porque se ele passa fome
Sabe como é:
Ele rouba e mata um homem
Seja você ou seja o Pelé
Você e o Pelé morreriam igual
Então que morra o preconceito e viva a união racial
Quero ver essa música você aprender e fazer
A lavagem cerebral

Racismo é burrice

O racismo é burrice mas o mais burro não é o racista
É o que pensa que o racismo não existe
O pior cego é o que não quer ver
E o racismo está dentro de você
Porque o racista na verdade é um tremendo babaca
Que assimila os preconceitos porque tem cabeça fraca
E desde sempre não pára pra pensar
Nos conceitos que a sociedade insiste em lhe ensinar
E de pai pra filho o racismo passa
Em forma de piadas que teriam bem mais graça
Se não fossem o retrato da nossa ignorância
Transmitindo a discriminação desde a infância
E o que as crianças aprendem brincando
É nada mais nada menos do que a estupidez se propagando
Nenhum tipo de racismo - eu digo nenhum tipo de racismo - se justifica
Ninguém explica
Precisamos da lavagem cerebral pra acabar com esse lixo que é uma herança cultural
Todo mundo que é racista não sabe a razão
Então eu digo meu irmão
Seja do povão ou da "elite"
Não participe
Pois como eu já disse racismo é burrice
Como eu já disse racismo é burrice

Racismo é burrice

E se você é mais um burro, não me leve a mal
É hora de fazer uma lavagem cerebral
Mas isso é compromisso seu
Eu nem vou me meter
Quem vai lavar a sua mente não sou eu
É você.






Refêrencias Bibliográficas

FIORIN, José Luiz. Linguagem e Ideologia. 8 Ed. São Paulo: Ática, 2007. MARCUSCHI, L. A.

Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONISIO, A. P.; MACHADO, A. R.; BEZERRA M. A. ( Orgs.).

Gêneros Textuais & Ensino. 4. Ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2005, p19-36

http://letras.terra.com.br/gabriel-pensador/137000

Acesso em: 06/08/2009

http://www.gabrielopensador.com.br

Acesso em: 11/08/2009

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